Sr. Editor,
A matéria intitulada "Abrimos o Cofre do M$T", publicada na edição 2128, de 2 de setembro de 2009, causou-me profunda indignação. As graves acusações apresentadas contra o MST não trazem nenhuma comprovação, limitando-se a apresentar coincidências e uma lista infindável de suposições. No próprio texto da matéria, identifica-se que não há comprovação para as denúncias: "Se comprovado que os recursos foram usados para subsidiar invasões de terra, os doadores poderão até ser acusados de formação de quadrilha". O próprio autor da matéria, aliás, numa nítida auto-avaliação, afirma: "Há muito que desvendar a respeito do verdadeiro uso do MST do dinheiro público e das verbas provenientes do exterior". Isto, decididamente, a revista Veja não fez mesmo. Não desvendou nada. Não mostrou nenhum fato concreto. Ao longo de toda a matéria, não há um só recibo, não há um comprovante, uma cópia de cheque, um depoimento, nada, rigorosamente nada, que comprove a autenticidade das denúncias apresentadas. Isto é antijornalismo puro. A prática do jornalismo requer a apresentação de denúncias com provas que as fundamentem, com testemunhas, e com a audição da parte acusada também. Como professora de Jornalismo, do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará há 25 anos, constato com tristeza a parcialidade desse veículo de comunicação que não respeitou as regras básicas do fazer jornalístico na realização desta matéria.
Márcia Vidal Nunes
Um comentário:
Li a matéria de Veja e compartilho com sua observação. Fica nítido o interesse da revista no assunto, o que sugere matéria comprada. O jornalismo brasileiro envergonha-se de atitudes e práticas de redação que contrariam qualquer preceito jornalístico. Veja é uma vergonha para o jornalismo brasileiro.
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