terça-feira, 14 de outubro de 2008

O Fio da Navalha



Tenho por ti
um carinho imenso.
Um amor de mãe.
A dedicação de uma irmã.
A ternura de uma amiga.
Tu és para mim
O fio afiado da navalha.
A lâmina de uma faca fria.
O sopro de um rio tépido.
A outra face de uma indiferença extrema.
Sou para ti cabeça intensa.
Pouco menos que um trator mental.
Uma gota d'água insistente
A martelar teu inconsciente.
Tens por mim reverência e tédio
Medo e fastio.
Temos a mesma essência.
Somos o avesso do avesso.
O que não gostaríamos de ser
Ou de ver
Em nós mesmos.
Somos alma laminada.
Somos vida em cavalgada.
Somos livres, leves e lânguidos.
Intrépidos ciganos.

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