
Ela teceu a canção do movimento.
Foi-se no tempo
Como um vulto que some
Na noite escura...
Ela é só tormento
-Seu coração é doce sepultura.
Inflamável
e serena,
Ela serpenteia em noites seguidas
pela mágica tessitura da leveza.
Ela é extrema em singeleza.
Doce e diáfana,
ela é plena.
Desliza, nas nuvens vermelhas,
Ávida de água cristalina.
Ela é demente
e lúcida.
Seu caminho é um rastro
de fogo e pétalas.
Ela devaneia
enquanto - lá fora -
a chuva dissolve
a dança das estrelas.