sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Vazio


Tenho que escapar desse abismo
Que me aguarda na esquina
Tenho que incendiar todos os meus sonhos
E recolher-me ao esquecimento abissal do deserto.
Ouço ecos da minha loucura
Reverberando no espaço qual um foguete transversal.
-Aventuras transcendentais.
Nada é eterno
Nas superfícies transparentes
Escorrego
Em telas de cristal.
Reverbero
E insisto em viver insone
Como se essa escolha fosse impune
Não quero continuar mais nada
O sentido se esvai lentamente.
Do sol que brilha - com certeza -
Todas as manhãs.
Preciso desistir
Há ainda algum lugar para ir?
Não há por quê.
Vasculho em mim réstias de um maremoto
Em dissolução.
Sou um vulcão que se extingue
Uma luz que se apaga
Uma onda que quebra
Um fantasma que vaga
Não há mais nada.